TPM e Estresse

Controlar o estresse alivia a síndrome pré-menstrual

Terapias naturais, exercício e técnicas de relaxamento podem reduzir ou mesmo prevenir, a sua gravidade

Os sintomas pré-menstruais que as mulheres enfrentam variam amplamente. Exaustão, sentimentos de tristeza, alterações na pele ou estado de espírito são alguns dos sinais associadas com os dias antes da menstruação. Eles dizem que é preciso aprender a compreender e controlar o próprio corpo neste período e evitar o estresse quando você sabe que por vários dias estará mais sensível ou mais cansada. O estresse parece influenciar os sintomas pré-menstruais, assim como técnicas de relaxamento, alivio de estresse ou exercícios podem influir de maneira positiva.

Por: Núria Llavina RUBIO

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Sofrer de níveis elevados de estresse pouco antes do período menstrual pode piorar os sintomas pré-menstruais, de leve a grave. Estes são os resultados de um recente estudo publicado no "Journal of Women's Health", conduzido por investigadores na Kennedy Shriver Eunice National Institute of Child Health and Human Development (NICHD), EUA.

A principal solução, dizem os cientistas, é cada mulher aprender a gerir seu estresse antes de menstruar. Eles acrescentam que, especialmente em mulheres que usam analgésicos de forma habitual, as técnicas de redução do estresse pode ser uma alternativa ao uso das drogas.

Reduzir o estresse

Dentre as técnicas para controlar os níveis de estresse recomendada pelos pesquisadores, inclue-se o biofeedback, a atividade física ou técnicas de relaxamento como yoga ou exercícios de respiração. A atividade física ajuda a relaxar o corpo e reduzir a sensação de estresse, que por sua vez, limita os sintomas da síndrome pré-menstrual. O melhor exercício é o aeróbio, de longa duração e baixa intensidade como caminhadas, natação ou ciclismo, com uma freqüência de 3-4 vezes por semana.

Biofeedback é uma técnica baseada no controle de impulsos naturais do corpo de forma voluntária e consciente, com a ajuda de um terapeuta. São tomados como indicadores-chave a pressão sanguínea, as ondas cerebrais, a respiração, a freqüência cardíaca, a temperatura da pele e a tensão muscular. Submetidos a situações tanto de tensão quanto de relaxamento, os pacientes acabam por controlar as funções do corpo. A terapia alternativa é usada rotineiramente para a ansiedade, insônia ou incontinência urinaria. Estudos recentes têm demonstrado efeitos benéficos na constipação.

A síndrome pré-menstrual

A síndrome pré-menstrual é um conjunto de mudanças físicas e psicológicas que ocorrem, geralmente, entre uma semana e três dias antes da menstruação. É muito específica em cada mulher e pode chegar a ser muito dolorosa em alguns casos. Dados recentes da equipe Daphne, em colaboração com a Bayer HealthCare, informam que TPM altera a rotina diária de quase 800 mil mulheres na Espanha. Cerca de 75% delas não vão ao médico porque a consideram "algo normal".

Apesar de não se conhecer exatamente a explicação desta síndrome, sabe-se que está associada a uma resposta anormal do corpo aos níveis de hormônios ovarianos, com alteração dos neurotransmissores serotonina e beta-endorfinas, responsáveis pelas mudanças de humor e estados de animo. Também tem sido associada com a deficiência de vitamina B6, aos ácidos graxos essenciais e oligo-elementos ou hipoglicemia (glicose no sangue abaixo do normal). Com relação à idade, é mais comumente associada às mulheres de 30-40 anos e mulheres com filhos.

Os sintomas mais comuns são: dores nas mamas, dor de cabeça ou dores musculares, retenção de líquidos ou ganho de peso. Tensão no peito, inchaço da face, mãos ou abdômen, mudança no apetite (comer doce), constipação ou diarréia, alterações de sono ou palpitações são outros sinais fisiológicos pré-menstruais, segundo o  guia  "Ciclo menstrual e visita ginecológica" da Sociedade Espanhola de Ginecologia. Com relação às mudanças emocionais, são habituais os sentimentos de tristeza, fadiga, dificuldade de concentração, ansiedade ou irritabilidade. Estes foram também os sintomas relatados pelos participantes do estudo nos E.U.A.

Algumas mulheres também sentem dor. A combinação de vários sintomas podem causar tanto mal estar, que interfere nos ambitos de trabalho e social e, em situações mais extremas, o tratamento médico é necessário. É o caso do transtorno disfórico pré-menstrual, apresentando episódios de depressão. Em 2007, um estudo da Universidad Nacional Yang-Ming (Taiwan) afirmava que as mulheres com graves sintomas pré-menstruais podem ter a longo prazo, afecções no sistema nervoso autônomo, sistema chave para o equilíbrio do organismo humano.

Os conselhos habituais são: seguir tratamentos fitoterapicos (à base de plantas) e em casos graves, tomar drogas (pílulas anticoncepcionais ou antidepressivos), fazer uma modificação na dieta, comer pequenas quantidades e mais vezes, tomar óleo de prímula (rico em ácidos graxos insaturados), ter mais horas de sono, beber bastante água ou fazer exercícios moderados. E a partir de agora, reduzir o estresse.

Menstruação e Cérebro

Vários estudos relacionaram os mecanismos moleculares freqüentes durante o ciclo menstrual com alterações cerebrais e comportamentais. Segundo as conclusões de um estudo recente da Universidade Nacional Yang-Ming (Taiwan), publicada em "Pain", dismenorréia (cólica), pode causar anormalidades no sistema nervoso e até afetar a estrutura cerebral. Os cientistas detectaram mudanças na massa cinzenta do cérebro, mesmo quando as mulheres não têm nenhuma dor menstrual.

Assim, os resultados indicam que o proprio período, independentemente de dor, de alguma forma afeta o cérebro. No entanto, estas alterações são mais graves em situações de dor e também em mulheres jovens, mais vulneráveis ao mal estar menstrual, uma das maiores causas de ausência escolar entre adolescentes. Dados de diversos estudos corroboram a relação direta entre  cérebro e menstruação. 'Nature Neuroscience' publicou ha cinco anos um estudo realizado pela University of California, em que os pesquisadores confirmaram que uma alteração de proteínas durante o ciclo menstrual aumenta a susceptibilidade de crises epilépticas em mulheres com um tipo de epilepsia e elevam a ansiedade em quem tem transtorno pré-menstrual disfórico.

A revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", que publicou em 2007 um outro estudo francês, afirmou que o período afeta os mecanismos cerebrais de recompensa, relacionados com vícios. A mesma revista mostrou em 2005, imagens do córtex frontal do cérebro associada ao controle das emoções no momento do ciclo. Os pesquisadores observaram aumento na atividade do mesmo no dia anterior.


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► ADOLESCÊNCIA, DEPRESSÃO E ESTRESSE

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