terça-feira, 5 de outubro de 2010

Compulsão Alimentar


Fome e apetite: dois conceitos diferentes

O controle do excesso de peso e da obesidade requer a aprendizagem dos diferentes sinais enviados pelo organismo antes, durante e após o ato de comer.
Engolir não traz  o mesmo prazer que se sente ao comer, tampouco é igual a comer aos poucos para fazer uma distribuição adequada das refeições. Para prevenir e combater a obesidade e o excesso de peso, os cientistas alertam para a necessidade de se aprender a diferenciar fome de apetite. Alguns alimentos, como o chocolate, estimulam áreas do cérebro associadas à recompensa e prazer. Muitas pessoas comem, portanto, para sentir aquela alegria e não porque seu corpo necessita daqueles nutrientes.

Por JOSÉ Andres Rodriguez

Fome e apetite são questões diferentes, embora em linguagem popular sejam  muitas vezes confundidos. O pesquisador Miguel Lopez, Biomedical Research Center em Red-Fisiopatologia da Obesidade e Nutrição (CIBERobn) observa que "a fome é uma necessidade fisiológica vital, indispensável não só para satisfazer a fome, mas para nutrir nosso corpo com os micronutrientes (como algumas vitaminas), minerais e macronutrientes (tais como proteínas, gorduras e carboidratos) que estão em qualquer alimento. Em contraste, "ter apetite, significa o desejo de comer por prazer, e nele estão envolvidos fatores como cheiros, sabores, o aspecto  e a apresentação dos alimentos ou certos hábitos alimentares que estimulam a mente a promover uma necessidade, a de comer, que na realidade, já estaria satisfeita." Portanto, fome é um instinto que impulsiona o corpo a nutrir-se do que necessita para sobreviver, e apetite é a sensação de querer comer o que é determinado pela apresentação dos alimentos ou pelo contexto social no qual a pessoa se encontra.

Assim, uma pessoa pode sentir apetite apesar de ter a sua fome saciada (comichão para " beliscar" depois de comer bastante). Como observado por Jaime Serra,  médico assistente da unidade de transtornos alimentares da ABB Center, "o apetite é um sentimento que induz a comer algo que apetece guiado mais pelo desejo gratificante do que por um verdadeiro requisito biológico, independentemente das características  nutricionais e  energéticas do alimento desejado. "

Fome, satisfação e saciedade
A apresentação dos alimentos ou o contexto em que a pessoa se encontra podem abrir o apetite. Quando temos apetite, ingerimos mais calorias do que o necessário, já que o consumo não corresponde a uma necessidade do organismo por nutrientes. Como é sabido, ingerir mais calorias do que o corpo vai gastar promove o acúmulo de gordura. Assim, é fundamental reconhecer sentimentos como satisfação e saciedade. Se a fome é a sensação que induz a comer, satisfação fisiológica é o estado de plenitude que o convida a parar de comer e saciedade é o período durante o qual o sentimento de satisfação é mantido até que a fome volte.

Como controlar o seu apetite
O controle do apetite é essencial para evitar sobrepeso e obesidade. Para isso, é essencial reconhecer e se acostumar com os sinais enviados pelo organismo antes, durante e depois de comer. Serra diz que "tanto a satisfação que leva a parar de comer quanto a saciedade que inibe a sensação de fome entre as refeições, são respostas mediadas por diferentes fatores e podem ser gerenciadas para se alcançar uma satisfação e uma saciedade muito mais efetivas ou eficazes do ponto de vista de se otimizar e ajustar as refeições." Engolir e o prazer de comer não são a mesma coisa. Não possuem a mesma hierarquia de uma distribuição adequada da ingestão alimentar com padrões de consumo que permitam ajustar os sinais de fome e saciedade e comer para viver e desfrutar, em vez de viver para comer ". No entanto, por vezes não é tão fácil distinguir a fome do apetite. 

O vício por comida 
O hipotálamo é a parte do cérebro responsável por analisar as informações enviadas pelo corpo quando ingerimos alimentos. Sua missão é nos avisar quando já tivermos comido o suficiente. Mas, há fatores, como o prazer que produzem certos alimentos, que podem enganar a glândula para nos fazer acreditar que ainda precisamos comer mais. Como regra geral, os alimentos que chegam a confundir o hipotálamo são os carboidratos (como o chocolate) ou a gordura.


Estes alimentos conseguem estimular áreas do cérebro associadas à recompensa e ao vício. Ativam os mesmos mecanismos que as substâncias viciantes, como o tabaco. Por isso, muitas pessoas lançam mão  destes alimentos quando precisam levantar o seu humor. É a fome hedonista, relacionada somente com o prazer. Esta é uma das razões pela qual ele deve controlar ativamente o apetite, já que, além de seus efeitos sobre a massa corporal e a  saúde, os excessos típicos de sociedades desenvolvidas acabam causando um vício, como acontece com as drogas ou jogos de azar.

Transtorno por Compulsão Alimentar
Um dos transtornos em que ingestão alimentar descontrolada e excessiva se manifesta de forma mais clara e evidente, é a compulsão alimentar. "A compulsão alimentar é um sintoma e tem um valor emocional." De forma inconsciente, o paciente alivia a dor ou o estresse emocional com o excesso alimentar, diz Enrique Armengou, psiquiatra, diretor do Centro ABB e responsável pelo programa de Transtorno Compulsivo Alimentar.


Armengou explica que a compulsão alimentar consiste em comer de forma ansiosa uma quantidade excessiva de alimentos. E muitas vezes, se faz acompanhar por sentimentos de culpa e mal estar. Embora se inicie ocasionalmente ou em situações de estresse emocional significativo, lentamente as pessoas passam a sentir a compulsão com mais frequência ou diante de situações cotidianas estressantes. Inclusive, diante de situações de alegria, para comemora-las. Essas pessoas passam gradualmente a sentir que sua vida é controlada pelos alimentos.

O tratamento para superar a desordem alimentar visa quebrar os círculos viciosos que são gerados: a pessoa deve  tentar não aliviar a ansiedade através da  comida, pois isso provoca culpa e mais ansiedade. Para fazer isso, deve aprender técnicas de controle da ansiedade e fazer terapia de grupo, em alguns casos, deve-se prescrever medicação.

Esse psiquiatra enfatiza a importância de se trabalhar com os aspectos psicológicos, tais como elevar a auto-estima, aprender a adiar a gratificação dos impulsos, identificar os fatores que desencadeiam a compulsão alimentar e modificar e melhorar as competências pessoais através do trabalho da psicologia positiva e crescimento pessoal. Se você entende que a compulsão alimentar é uma forma de encobrir uma necessidade, e se você aprende a desenvolver esta necessidade, não precisará dessa ingestão excessiva de alimentos.


Saiba como o tratamento Antiestresse pode ajudar você a elevar sua auto-estima, abaixar o nível de ansiedade, identificar e desativar fatores que desencadeiam a compulsão  e a melhorar suas competências pessoais.






http://viversemestresse.blogspot.com/2010/03/agua-o-terreno-da-vida-biologica.html


SISTEMA ANTIESTRESSE


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